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Como pode um lindo pôr do sol me dar tantas respostas?

Atualizado: 21 de jun. de 2020




Meu Deus! Como é difícil tomar uma decisão que pode mudar toda a sua vida.


Mas a minha alma grita por uma resposta, e eu tenho que dar a ela essa resposta, porque ela já está exausta demais com essa situação que nunca se resolve por fora.

Por dentro já está tudo muito bem resolvido. Mas o ego insiste em criar resistência numa coisa que não faz mais sentido pra alma.

Já deu tudo que tinha pra dar, de verdade. Aliás, já passou da conta, e o que sobra é cansaço e sofrimento inútil.

Pra que racionalizar algo que o coração sente. Nesta hora, a última ação a fazer é tentar ser prático. Se justificar fosse resolver alguma coisa eu já teria escrito um livro só de justificativas por não ter tomado uma decisão que dói.


Fico a rejeitar essa ideia, mas como rejeitar se meu pensamento lateja, bate como um martelo no mesmo lugar. Enquanto não tomo a decisão externamente fico me recompensando com as migalhas que vão sobrando de mim mesma. Por muito tempo me vi sem escolhas e lutei pela sobrevivência. Agora deixo essa paranoia para trás.

É hora de agir, mesmo sem saber como.


Me jogar no escuro, confiando em minha intuição, que nunca falha, mas quando se trata da minha vida, da minha zona de conforto, fico duvidando se sou realmente eu que está decidindo ou esse ego. Isso me enlouquece.

Por outro lado, o tempo que fico comigo me trás tanta paz e serenidade que, como duvidar disso?

É incrível, quando estou livre de tudo isto, meus pensamentos são leves, minha sincronia com o universo se mostra a todo momento, que confesso, contra fatos não há argumentos!

No profundo da minha liberdade sinto que eu posso ser eu mesma. E o que pode estar errado nisto? Tenho aprendido tanto, crescido tanto, me amado tanto em estar comigo mesma, que não troco isto por nada na vida.

São muitos "poréns", muitos "se", muitos "mas". E o que isso faz comigo é uma dor profunda. Sinto que tenho que me negar toda vez que volto a trás e desisto no caminho. O alívio dura alguns dias, mas o arrependimento bate a porta logo depois.


Óh vida amargurada!

Aos poucos amadureço com o sofrimento e me torno especialista nele. Já sei o antes, o durante e o depois. Os pensamentos, os mesmos sentimentos, as mesmas frustrações se repetem mais e mais...


Estou soltando, deixando ir...

Esse sentimento que um dia foi amor, com o desgaste se transformou em dor.

A resistência tão dura e ferrenha no início está dando lugar ao alívio de deixar ir.

O sentimento de se sentir amada foi dando lugar ao sentimento de me sentir tolerada, aturada.


O amor virou apego.

A doação se tornou cobrança.

O clima pesou. A casa caiu.


Falar foi ficando cada vez mais difícil, as incompatibilidades falaram mais alto. O ego de um cresceu, e o coração do outro cedeu. Me convido a me retirar de cena.


As noite vazias me deram tempo pra pensar quanto tempo perdido passei sozinha nessa cama.


O meu travesseiro foi meu melhor conselheiro. E o mais cruel também. Por me fazer ver se valia à pena uma solidão à dois. E aos poucos fui assim, te esquecendo. Você foi deixando de fazer falta. Fui me sentindo desnecessária em sua vida. Perdeu-se o desejo de contar algo novo. As pouquíssimas conversas perderam o sentido e sobraram reclamações e julgamentos, cobranças e humilhações. Definitivamente se eu continuar com isso estou negando tudo que eu acredito, tudo que eu defendo, estarei negando a mim mesma.

Estarei fechando meu coração e decretando minha infelicidade.


Tenho que fazer essa escolha por mim. Tenho que me jogar na vida.

Acreditar na liberdade da minha alma. Tenho que ouvir minha inspiração, assim como agora escrevendo.

Já dizia alguém "papel aceita tudo", mas do jeito que estou vivendo, estou aceitando mais migalhas que o papel.

Preciso ser sincera comigo mesma, aceitar esse desconforto e agir na minha empolgação.

Se não for assim, que sentido tem a vida?


Um simples e lindo pôr do sol me deu muitas respostas.


Ele me disse que as nuvens são passageiras, que os pássaros se despedem dele cantando.

Ele disse que eu não me entristecesse por ele ir embora naquele dia, porque no dia seguinte ele estaria de volta pra me aquecer e me alegrar e eu terei a chance de começar tudo de novo. Fechei os olhos e dei um sorriso, agradeci e me entreguei de corpo e alma.

E a inspiração vem e vem.


Preciso por pra fora, meu momento de conexão.


Gratidão Universo!


Simone Paganini


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